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Freios para caminhões: especialista explica tudo sobre os sistemas a tambor e a disco y6s1q

Por Graziela Potenza em 27/04/2024 às 06:13
Freios para caminhões: especialista explica tudo sobre os sistemas a tambor e a disco

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Entenda tudo sobre o funcionamento dos freios a tambor e a disco, os avanços em tecnologias de frenagem automática e as melhores práticas de manutenção para garantir segurança e eficiência nas estradas. Para tal, entrevistamos Robson Andriel Lipniarski, consultor de Marketing de Produto da Fras-le Linha Comercial. Confira:

Revista Caminhoneiro - Como funcionam os sistemas de freios em caminhões pesados e quais são os principais componentes?

Robson Andriel Lipniarski - O sistema de freio do caminhão tem a mesma função dos outros sistemas de freio, ou seja, desacelerar e, se necessário, parar o veículo. Existem alguns tipos de freios para caminhões, depende muito do projeto da montadora. Os mais utilizados são: freio a tambor e freio a disco com acionamento a ar comprimido ou fluído hidráulico. Os principais componentes desse sistema são: pedal, válvula do pedal, tubulações, reservatório, compressor de ar, disco, pastilha, lona, tambor, pinça, câmara de serviço, entre outros.

Revista Caminhoneiro - Quais são as diferenças entre os sistemas de freio a tambor e a disco para caminhões?

Robson Andriel Lipniarski - O freio a disco é composto fundamentalmente por pinça, pastilhas e por um disco. É acionado quando o pedal de freio é pressionado pelo motorista, fazendo com que as pastilhas sejam comprimidas contra o disco. O freio a disco permite uma dissipação de calor mais eficiente graças à sua maior exposição ao fluxo de ar, além de ser um sistema com maior precisão de frenagem.

O freio a tambor, por sua vez, é basicamente composto por um tambor metálico e sapatas com lonas de freio, além de todo o aparato de fixação e acionamento. O seu funcionamento inicia no momento do acionamento do pedal de freio, que dispara, normalmente, por ação pneumática. O movimento das lonas de freio em direção ao tambor gera a força de fricção necessária para desacelerar o veículo.

Em ambos os sistemas, é o atrito da lona contra o tambor ou da pastilha contra o disco que converte a energia cinética em energia térmica ou, em outras palavras, faz com que o veículo inicie a redução de sua velocidade.

Cada um destes sistemas apresenta suas particularidades, das quais podemos destacar:

  • Freio a tambor: facilidade e simplicidade de manutenção, baixo custo de manutenção, menores chances de contaminação, seja por pedriscos, terra ou lama uma vez que o tambor de freio oferece maior enclausuramento.
  • Freio a disco: a dissipação do calor gerado pelo atrito ocorre mais rapidamente, apresenta menor número de componentes no sistema de freio, oferece melhor desempenho e precisão de frenagem por área do material de atrito e dispensa o processo de rebitagem durante a substituição dos componentes de atrito.


Acima, um exemplo de freio a tambor

Revista Caminhoneiro - Como a tecnologia de frenagem automática avançada está sendo integrada nos caminhões modernos?

Robson Andriel Lipniarski - As novas tecnologias vêm sendo integradas aos veículos pesados de forma gradual, o ABS, EBS, ASR, ESP e ACC são siglas de novas tecnologias que estão sendo incorporadas aos sistemas de freio da linha pesada e hoje são itens indispensáveis para a segurança.

Os sistemas de frenagem automática e de emergência ACC (Adaptative Cruize Control) ou controle de velocidade cruzeiro já são uma realidade nos modelos top de linha da maioria das montadoras. Esse sistema, ao detectar qualquer obstáculo a uma distância pré-estabelecida, pode acionar o freio independente da ação do motorista. Trata-se de um item muito importante para a segurança no trânsito.

Revista Caminhoneiro - Quais são as normas de segurança mais importantes relacionadas aos sistemas de freios em caminhões?

Robson Andriel Lipniarski - Para o mecânico e motorista, além do manual de manutenção do veículo, é sempre interessante conhecer a resolução 519/2015 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que dispõe sobre os requisitos mínimos de desempenho do sistema de freio estabelecidos pelas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Também é importante saber sobre a resolução 915/2022 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que dispõe sobre os procedimentos para avaliação dos sistemas de freios de veículos e sobre a obrigatoriedade do uso do sistema antitravamento das rodas (ABS) e/ou frenagem combinada das rodas (CBS). Há também a norma ABNT NBR 14778, que traz diretrizes importantes sobre inspeção, diagnóstico, reparação e/ou substituição em sistema de freios de veículos rodoviários.

Revista Caminhoneiro - Como os motoristas podem identificar sinais de que o sistema de freios precisa de manutenção ou reparo?

Robson Andriel Lipniarski - O motorista vai notar diferença no comportamento do veículo, como por exemplo, perda de eficiência, aumento na distância necessária de parada do veículo, puxando para lateral ao acionar o freio, pedal do freio com comportamento diferente do normal (vibrando ou muito duro), ruído e/ou vibração ao acionar o freio e vazamento de ar, superaquecimento de rodas e até mesmo luzes de anomalia no . Qualquer que seja o caso o motorista deve procurar uma oficina de sua confiança imediatamente.

Revista Caminhoneiro - De que forma os sistemas de freios contribuem para a redução de acidentes envolvendo caminhões?

Robson Andriel Lipniarski - O sistema de freio contribui diretamente na redução de acidentes de trânsito, veículos que am por manutenção preventiva periodicamente e que seguem a recomendação da montadora em relação à carga e à velocidade estarão menos susceptíveis a acidentes.

Acima, um exemplo de freio a disco

Revista Caminhoneiro - Quais são as práticas recomendadas para a manutenção preventiva dos sistemas de freios em caminhões?

Robson Andriel Lipniarski - É importante que o motorista fique atento aos sinais de desgaste dos freios no caminhão e faça a manutenção preventiva. O tempo para a realização das manutenções varia conforme a realidade de cada caminhoneiro. Ou seja, para definir um prazo adequado, é preciso considerar alguns fatores:

  1. Frequência de uso do caminhão;
  2. Condições às quais o veículo é submetido;
  3. Idade do caminhão;
  4. Peso da carga transportada, entre outros;
  5. Recomendação do manual do fabricante.

Todos esses fatores influenciam diretamente na durabilidade das peças e, por isso é fundamental seguir um calendário que evite paradas não programadas e acidentes devido à falta de manutenção. Optar pela manutenção preventiva é a forma mais econômica e segura de evitar o surgimento de uma falha e evitar danos em outros componentes do sistema.

Sendo assim, além de seguir à risca o cronograma de manutenções, existem alguns cuidados aos quais devem ser adotados para preservar os componentes desse sistema.

Revista Caminhoneiro - Como as inspeções de freio são realizadas e quais são os critérios para aprovação?

Robson Andriel Lipniarski - Os critérios para inspeção do sistema de freio de um caminhão ou ônibus devem seguir rigorosamente a recomendação da montadora do veículo. Em geral, são verificados o estado das pastilhas e discos, tambores e lonas, vazamentos, folgas e desgastes em elementos de fixação ou partes móveis.

O critério para aprovação é que todos os componentes do sistema estejam de acordo com o especificado e um teste de rodagem, onde deve ser aplicado os critérios recomendados no manual do veículo. Constatado que tudo está certo, o veículo poderá ser liberado.

Revista Caminhoneiro - Existe alguma diferença significativa na manutenção dos freios entre diferentes tipos de caminhões (por exemplo, urbanos vs. rodoviários)?

Robson Andriel Lipniarski - Sim, para cada tipo de uso, é necessário fazer um plano de manutenção distinto devido ao desgaste acontecer de forma diferente em cada situação. O manual de manutenção do veículo prevê essas situações que devem ser seguidas pelo mecânico.

Além disso, sistemas com pastilha e disco e/ou aqueles equipados com assistência eletrônica, possuem maior nível de complexidade em alguns de seus componentes como por exemplo a pinça de freio e módulo de ABS, exigindo que o mecânico esteja devidamente preparado para efetuar sua manutenção

Revista Caminhoneiro - Quais são as inovações mais recentes no campo dos sistemas de freios para caminhões?

Robson Andriel Lipniarski - Entre as inovações, a Fras-le desenvolveu a pastilha de freio Copper Free (livre de cobre), antecipando adequação a legislações do mercado internacional, como os Estados Unidos, um dos países que a Frasle Mobility mantém operações fabris. Além do lançamento de nova formulação no mercado brasileiro, trazendo mais uma opção de escolha para àqueles clientes que buscam materiais .

Uma das inovações mais marcantes para o sistema de freio de um pesado é o controle de velocidade cruzeiro. Esse sistema conforme já dissemos é capaz de detectar saídas involuntárias da faixa de rolagem, detectar obstáculos e frear o veículo, se necessário independente da ação do motorista.

Estas inovações garantem mais segurança na condução do pesado e devem contribuir cada vez mais na redução do número de acidentes à medida que forem adotadas em larga escala.

Revista Caminhoneiro - Como os sistemas de frenagem regenerativa estão sendo adaptados para caminhões pesados?

Robson Andriel Lipniarski - O sistema de frenagem regenerativa, por enquanto, está presente somente nos veículos até 7 toneladas, como o VW e-delivery. Neste caso, o sistema de recuperação de energia é similar aos veículos leves, ou seja, utilizando majoritariamente o motor elétrico como freio ao invés de acionar o pedal do freio convencional.

Assim, utiliza o motor elétrico como freio enquanto, simultaneamente, recarrega as baterias. No entanto, vale ressaltar, os caminhões elétricos continuam mantendo seus sistemas de freios a ar e componentes de atrito compõem um veículo à combustão, ou seja, o motor elétrico auxilia na frenagem e no carregamento das baterias, porém não dispensa o uso do sistema de freio convencional composto pelos itens mencionados nos tópicos anteriores.

Revista Caminhoneiro - De que maneira a conectividade e a telemetria estão sendo utilizadas para melhorar a eficiência dos sistemas de freios?

Robson Andriel Lipniarski - Na verdade, a conectividade e telemetria são ferramentas poderosíssimas para o gestor da frota. Imagine que independente do lugar onde o veículo esteja operando o gestor de frota tem todas as informações sobre esse determinado veículo em tempo real. Isso significa maior controle sobre a operação, menos custo de manutenção, menos consumo de combustível, controle sobre o modo de condução do motorista, redução de acidentes, entre outros.

Especificamente sobre o sistema de freio, a tecnologia permite maior controle sobre a manutenção preventiva e do modo de condução, fatores que impactam diretamente na eficiência e durabilidade do sistema de freio do caminhão.

Revista Caminhoneiro - Como os sistemas de freios em caminhões afetam o meio ambiente?

Robson Andriel Lipniarski - Se considerarmos que no mundo, milhares de caminhões e ônibus estão freando ao mesmo tempo podemos concluir que o pó resultante do atrito entre pastilha e disco e ou lona e tambor não deixa de ser um contaminante para o meio ambiente. Além disso, os resíduos e componentes desgastados e substituídos durante as manutenções devem ser devidamente descartados e destinados a reciclagem.

Algumas companhias de ponta estão trabalhando no desenvolvimento de produtos livres de qualquer tipo de poluente. A Fras-le, por exemplo, desenvolveu a pastilha livre de cobre que atende as normas mais atuais da Europa e USA.

Revista Caminhoneiro - Existem tecnologias de freio que reduzem a emissão de partículas e poluentes?

Robson Andriel Lipniarski - Sim, empresas de ponta têm buscado desenvolver produtos e sistemas de freio que reduzem emissão de poluentes e partículas. Os veículos elétricos, por exemplo, dispersam uma quantidade menor de resíduos de freio no meio ambiente por quilômetro rodado, uma vez que o sistema de regeneração auxilia nas frenagens e poupa os componentes de atrito. O aprimoramento dos materiais de atrito também pode ser uma solução.

A Fras-le segue no desenvolvimento de nova tecnologia para reduzir a emissão de partículas geradas durante o desgaste dos freios, já atendendo ao Euro 7 que entra em vigor a partir de 2025 no mercado europeu.

Revista Caminhoneiro - Como a empresa está adaptando seus sistemas de freios para atender a regulamentações ambientais mais rigorosas?

Robson Andriel Lipniarski - Como colocado no tópico anterior, o aprimoramento contínuo dos materiais empregados nos sistemas de freios pode ser uma solução. A Fras-le mantém desde 2017 um programa de pesquisa e desenvolvimento com foco na substituição do cobre metálico em pastilhas de freio para veículos pesados, atendendo aos mercados mais rigorosos em regulamentação ambiental como EUA e Europa, com sua tecnologia Copper Free (livre de cobre), antecipando adequação a legislações do mercado internacional, como os Estados Unidos, um dos países que a companhia mantém operações fabris.

A empresa também trabalha com pesquisa e desenvolvimento de nanomateriais, entre outras tecnologias, que podem otimizar propriedades químicas e mecânicas dos materiais, melhor performance e durabilidade dos componentes de fricção, resultando assim em maior vida útil e, consequentemente, menor dispersão de particulado por quilômetro rodado.

Também já utilizamos nanomateriais, que potencializam propriedades químicas e mecânicas dos materiais, melhorando a performance dos materiais de fricção.

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Fotos: divulgação

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